Creio que muitos devem estar se perguntando.
O que as mandalas têm a ver com as aulas de
ciência? Por isso, agora faço uma curva para explicar a origem.
Em março de 2011 comecei meu curso Pós-Graduação em Transdiciplinaridade em
Educação, Saúde, Liderança e Cultura de Paz, na UNIPAZ-SP, meu
primeiro e profundo seminário foi A ARTE DE VIVER EM PAZ com Ligia Rebouças, dentre
algumas dinâmicas e conversas, senti-me tocada profundamente.
Uma vontade de viver um estado de inteireza de
estar plena e integrada ao todo, também aceitei dentro de mim um grande
desafio, decodificar para os alunos tudo que estou amorosamente recebendo e que
definitivamente tem me transformado em um ser humano melhor.
Percebi que a arte de ensinar consiste em
estar presente em um estado de alerta, e atenta ao que é mais importante no
momento, ou ao que precede o momento, sentir a energia que flui das pessoas que
estão presentes na aula, se esta receptiva, se tem resistências e caminhar
observando e agindo dentro dessas energias.
Estar presente, penso que foi a mais
significativa transformação que percebi em mim.
Quando não estamos presentes em qualquer que
sejam nossas atividades, seja ele um simples banho, lavar louças ou dar aulas
como é meu caso, estamos em um estado não consciente, ou zumbi.
Em qualquer tarefa esse aspecto acaba
acarretando danos que podem ser físicos ou psicológicos, tanto a nós mesmos
como a outrem.
Este aprendizado já faz parte de outro
seminário de vital importância A
ARTE DE VIVER A PLENITUDE com Dalila Lubiana e A ARTE DE VIVER CONSCIENTE com Elizabeth Richard.
Estar plena é estar consciente da sua
importância e da importância do outro na relação, seja ela profissional ou não,
amistosa ou não.
No seminário do O Feminino e a Cura com Dr. Eliezer
Berenstein, pude compreender com profundidade o sagrado feminino que me valeu
além de uma pesquisa buscar caminhos da autocura.
Deste seminário eu montei slides, onde
convido os alunos a compartilharem dessa idéia, e o resto e com eles,
pois, cada um é dono de sua historia, neste contexto meu trabalho consiste em apresentar o
assunto. Assim como quando o assunto me foi apresentado, senti-me tocada de tal
forma que fui buscar mais e mais. Permito ao aluno o mesmo, apresentando o
assunto, abrindo para um dialogo aberto e franco e o resto é com ele.
Menores ou não, são donos de sua historia e
se tem outra coisa que não faço é empurrar minhas verdades goela abaixo.
Penso que caminho para dentro e para fora de
mim assim como ofereço isto aos alunos.
As mandalas chegaram com a Dulce Magalhães no encontro com o Roberto Crema o reitor da
Universidade, em Re-visões do Humano e do Mundo, um seminário.
Ao lado dela, no palco, contemplando as
informações de Roberto Crema observei a mesma confeccionando mandalas.
Fiquei apaixonada pela arte de fazer mandalas.
Comecei por conta própria um álbum, pude
observar que junto ao meu crescimento interior que minhas mandalas também vão
se transformando.
No seminário, Filosofando sobre as
muitas visões de mundo, com a
própria, pude mostrar meu álbum e ter um dedinho de prosa.
Soube que cada mandala equivale a mil
livros, e é uma arte do inconsciente, que ao ser colocado para fora é
consequentemente curado.
Neste ano, quis experenciar com os alunos a
conhecer-se por dentro, proporcionar a oportunidade da ecologia interior
e caminharmos para ecologia
social que é minha meta para o ensino de ciências deste este ano de 2012.
Quando solicito ao aluno fazer mandalas,
trago-lhe uma oportunidade de aprender a se focar, abrir seus canais de
criatividade e além disso, trazer seu inconsciente para fora se curando sem
necessariamente saber do que se trata.
Faremos muitas mandalas durante o ano,
porque isto não ocorre apenas fazendo uma, é preciso fazer varias.
Ainda estou no começo desse audacioso
trabalho. Na
experiência com as mandalas houve grande aceitação e motivação, há muita
alegria em fazer, mesmo para os mais dispersos.
Tem meninas que já compraram um caderno ou
uma pasta para fazer um álbum, pois, conto minha historia com a mandalas e
mostro meu álbum de longe, para evitar à tendência à cópia. Fiquei surpresa
quando soube, por elas, que estavam motivadas em continuar fazendo mandalas,
teve uma das alunas que disse que em sua casa todos fazem inclusive o pai. Isto
de fato não tem preço, ser professora é algo singular, único e exclusivo.
Ivone Gonçalves
Ivone Gonçalves