O índio
Eu sou Kaka Werá Jecupé.
Kaka é um apelido, um escudo. De
acordo com a nossa tradição, uma palavra pode proteger ou destruir uma pessoa:
o poder de uma palavra na boca é o mesmo de uma flecha no arco, de modo que às
vezes usamos apelidos como patuás.
Werá Jecupé é o meu tom, ou seja,
meu espírito nomeado. De acordo com esse nome, meu espírito veio do leste,
fazendo um movimento para o sul, entoando assim um som, uma dança, um gesto do
espírito para a matéria, que nos apresenta ao mundo como uma assinatura. Essa
assinatura, registrada na alma, me faz algo como neto do Trovão, bisneto de
Tupã. É dessa maneira que somos nomeados, para que não se perca a qualidade da
Natureza de que descendemos
A Terra dos mil povos
Introdução
A pedagogia ecológica pretende sensibilizar o homem para o fato de
que não há fronteiras reais entre sua natureza e a do universo. É a mesma
energia em formas distintas.
Quando a humanidade se der conta desse fato, ela se empenhará na
preservação do meio ambiente. Pois perceberá que, se não o fizer, estará
matando os próprios descendentes, meninos e meninas que não suportarão a
atmosfera poluída, rios e lagos oceanos mortos.
A arte de viver em paz – Pierre Weil
Neste contexto e buscando um resgate do
respeito ao meio ambiente e mais profundamente, ampliar seu olhar sobre o
universo das formas, nasceu o projeto O
INDIO, pois, povos indígenas têm uma
visão diferente sobre as relações de interdependência entre os seres vivos, a
preservação e auto-sustentação, trazendo isso para a sala de aula facilita na
ampliação do sistema de percepção do mundo em que o aluno esta inserido, e ousando ainda mais, pretende-se, além de
perceber a inter-relação dos seres vivos, agirem com princípios dentro dessa percepção,
mudando seu modo de agir sobre este mundo.
As tradições indígenas auxiliam, pois,
o índio naturalmente nos traz esse conhecimento,
O projeto O INDIO mostra a graça do legado desses povos através de fabulas e
lendas transformadas em peças teatrais.
Faz-se necessário, em todas as
disciplinas, uma inserção de novos conceitos baseados numa cultura de paz na escola,
no resgate da relação do aluno com seu meio, e com a sociedade, onde a violência tomou conta
do principio da comunicação tornando-a primitiva e quase obsoleta.
Nos temas transversais Pluralidade
Cultural também sugerem que usemos
as tradições indígenas assim como as diversas etnias justamente para diminuir o
preconceito resgatando o ser humano para uma cultura de paz.
Nesse sentido, a escola
deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço público permitem a
coexistência, em igualdade, dos diferentes. O trabalho com Pluralidade Cultural
se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura da Paz”,
baseada na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de cidadania
compartilhada por todos os brasileiros. O aprendizado não ocorrerá por
discursos, e sim num cotidiano em que uns não sejam “mais diferentes” do que os
outros.
Trechos dos Parâmetros curriculares nacionais.
Secretaria de Educação
Fundamental
objetivos:
- Aumentar a percepção sobre os povos indígenas.
- Compreender a inter-relação em todos os seres
vivos.
- Resgatar
de respeito à natureza e tudo que ali vive.
- Ampliar a socialização e harmonização e
organização do grupo.
Programação:
Local: E.E. MARIA HELENA DUARTE CAETANO
DIA: 18/04 às 16h
Leitura: Declaração Solene dos povos Indígenas do Mundo
Aluna: Leticia do 6 ano turma B
Peça : A MULHER QUE SE CASOU IAUARETÊ- alunos da 6° ano turma B
Elenco:
- Narração: Larissa
- Iauaretê: Jardel
- Kamakuã: Jenefher
- Pajé: Karina
- Tupã: Herdyley
- Tribo: Karlos, Wender,
Matheus, Gabriela, Bianca e Vitória,
Assistente
de palco: Herdyley
Direção:
Larissa.
Direção
Geral prof.ª Ivone Gonçalves
músicas:
Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000
Extraído do livro: AS FABULOSAS FÁBULAS DE
IAURETÊ.
De Kaká Werá jacupé.
Peça : LENDAS INDÍGENAS DOS SIOUX - alunos do 6° ano turma A
Elenco:
Narração:
Eloiza
Touro
Bravo: Maxsuel
Nuvem
azul: Estefany
Pajé:
Carlos
Águia:
Jean
Falcão:
Wisley
Tribo:
Larissa, Hellen, Aparecido, Gabriele, kleverson e Lucas.
Assitente
de palco: Soany e Grazielen.
Direção:Eloisa
Direção
Geral : Prof. Ivone Gonçalves
músicas:
Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000
Declaração Solene dos
povos Indígenas do Mundo
Nós, povos indígenas do mundo, unidos numa grande assembléia dos homens
sábios, declaramos a todas as nações:
Quando a Terra – Mãe era nosso alimento,
quando a noite escura formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando todos éramos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos eram grandes
líderes,
aí outras civilizações chegaram!
Com fome de sangue, de ouro, de terra e de todas as
suas riquezas,trazendo numa mão a cruz e na outra a espada,sem conhecer ou
querer aprender os costumes de nossos povos,nos classificam abaixo dos animais,
roubaram nossas terrastransformando em escravos os “Filhos do Sol”.Entretanto,
não puderam nos eliminar!
nem nos fazer esquecer o que somos,porque somos a
cultura da terra e do céu,somos de uma ascendência milenar e somos milhões,
mesmo que nosso Universo inteiro seja destruído.
NÓS VIVEREMOS POR MAIS TEMPO QUE O IMPÉRIO DA
MORTE!
Port
Alveni, 1945 Conselho Mundial dos Povos Indígenas.
A peça :A mulher que se casou com IAUARETÊ
Elenco:
- Narradora:
Larissa
- Iauaretê:
Jardel
- Kamakuã:
Jenefher
- Pajé:
Karina
- Tupã:
Herdyley
- Tribo:
Karlos,Wender, Matheus, Gabriela, Bianca e Votória
Assistente de palco: Herdyley
Direção: Larissa.
Direção Geral prof.ª Ivone Gonçalves
músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani
2000
Extraído do
livro: AS FABULOSAS FÁBULAS DE IAURETÊ.
De Kaká
Werá jacupé.
A mulher que se casou com IAUARETÊ
Narrador: Não sei se vocês sabem, mas nas aldeias indígenas costuma-se fazer
festas e celebrações para honrar os animais. Cada aldeia possui o seu
animal-totem, que são aqueles reverenciados e se tornam espíritos protetores do
povo.
Pois bem, na aldeia
KAMAIUIARÁ DAS ÁGUAS CLARAS DA LAGOA DO MORENÁ, toda lua cheia se faz uma
grande festa para a onça. É uma festa com muita dança, muitos frutos e muitos
peixes!Todos cantam até quase o amanhecer.
( musica de índio ).
É uma festa tão boa que a
onça-rei, IAUARETÊ, fica de butuca,
bem longe, olhando e admirando, toda vez que a lua aparece com seu esplendor
dourado da noite.
Um dia, ele quis
participar da festa e pediu a TUPÃ.
IAUARETÊ: ó grandioso TUPÃ quero ser um
guerreiro da tribo.
TUPÃ: posso
realizar seu desejo, mas com uma condição.
Você será gente somente
de noite e de dia volta a ser onça e uma vez transformado não pode se
destransformar.
Narrador: Foi assim que a onça-rei começou a dançar junto ao povo da tribo, toda
pintada de si mesmo, nas noites de lua cheia.
Mas uma coisa que a
onça-rei não contava é que a lua cheia é a lua do amor, e aconteceu o que
parecia não acontecer. A onça de apaixonou por uma índia muito linda durante a
festa. E para complicar mais a coisa, a índia se apaixonou pela onça.
IAUARETÊ: Como você se chama?
KAMAKUÃ: KAMAKUÃ. E VOCÊ?
IAUARETÊ: IAUARETÊ. Onça–rei.
KAMAKUÃ: Ah, ta bom! Nesta festa todos são onças.
Vai, me diga seu nome.
IAUARETÊ: É...bom... Pode me chamar de pintado.
KAMAKUÃ: De qual aldeia você veio?
IAUARETÊ: Lá do alto da montanha, sou vizinho da ANTA.
KAMAKUÃ: Eu não conheço este lugar.
Narrador: Bom, conversa vai conversa vem, o fato é que a onça-rei não conseguiu
convencer a moça de quem ele era. E, como ele também estava muito apaixonado,
acabaram namorando.
E foram namorando,
namorando...
Toda lua cheia ele
aparecia. Ma Kamakuã começou a ficar irritada de certos hábitos de seu
namorado. Por exemplo, toda vez que a madrugada ia embora, ele sai floresta a
dentro e sumia.
Até que uma vez teve uma
idéia: enquanto a onça-rei dormia amarrou os pés do namorado no mastro da oca.
Quando amanheceu, ele tentou sair de mansinho e se viu preso. Tentou correr e
não conseguiu, foi ficando afobado e começou a roer a corda.
KAMAKUÃ: Então era isso!
IAUARETÊ: Eu te avisei
KAMAKUÃ: Eu te amo mesmo assim.
IAUARETÊ Eu também te amo.
KAMAKUÃ: E se a gente falasse com o PAJÉ?
IAUARETÊ: Pajé eu quero me transformar em humano definitivamente
Pajé:
Não é possível – Magia de Tupã é a maior que magia de pajé
KAMAKUÃ: Então me faça virar onça.
Pajé:
Que assim seja
Narrador: E eles se casaram, passaram algum tempo. Kamakuã procura o Pajé toda
triste.
KAMAKUÃ: Pajé ele não gosta mais de mim!
Pajé:
Ele gosta de você.
KAMAKUÃ: Não gosta
Pajé:
Gosta
KAMAKUÃ: Como assim?
Pajé: Ele gosta de kamakuã, mas, quando você deixou
de ser você para querer ser ele, tudo mudou.
KAMAKUÃ: Mas eu faço tudo o que ele quer. Eu como
carne de caça, embora, na verdade gosto mesmo de peixe e frutas. Saio pra
passear de noite, embora goste mesmo de passear de dia. E também...
Pajé: Ta vendo? Quando você se contraria e faz coisas que não são da sua
natureza você deixa de se amar. Quando você deixa de se amar, você fica
insegura. Amar minha filha, inclui cada um respeitar a natureza do outro. Volte
a ser você mesma e verá o que acontece.
Narrador: Logo Kamakuã voltou a ser Kamakuã, veio a noite de lua cheia. Houve
uma festa e os dois dançaram muito! A ONÇA-REI tinha um brilho diferente nos
olhos quando olhava pra ela.
Naquele dia, quando
amanheceu.
KAMAKUÃ: sorriu quando ele se retirou pelo verde
orvalho da floresta, ele foi caçar e ela fazer biju com farinha de mandioca.
Narrador: De noite fez uma surpresa para ela
tinha caçado peixe ao invés de carne.
E SABEM DE UMA COISA?
PARECE QUE EM BREVE VAI NASCER
UMA ONCINHA COM CARA DE GENTE OU UMA PESSOA COM CARA DE ONÇA. NÃO DÁ PARA DIZER
AINDA.
FIM
Peça: Lenda
dos índios Sioux
Elenco:
Narração: Eloiza
Touro Bravo: Maxsuel
Nuvem azul: Estefany
Pajé: Carlos
Águia: Jean
Falcão: Wisley
Tribo: Larissa, Hellen, Aparecido, Gabriele, kleverson e Lucas.
Assitente de palco: Soany e Grazielen.
Direção:Eloisa
Direção Geral : Prof. Ivone Gonçalves
músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000
Narradora:"Conta uma velha lenda, que uma
vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e
Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo,
chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.
Touro Bravo: Nós nos amamos... E vamos nos casar ,
e nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã...Alguma
coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos...Que nos assegure que
estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos
fazer?
Pajé: Tem uma coisa a ser feita, mas é uma
tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao
norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão
mais vigoroso do monte... E trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois
da lua cheia.
E tu, Touro Bravo – deves escalar
a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias,
e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim,
viva!
Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão
recomendada...
Narradora:No dia estabelecido, à frente da
tenda do Pajé, os dois esperavam com as aves.
Touro Bravo
E agora o que faremos? – as matamos e depois bebemos a honra de seu
sangue?
Nuvem azul Ou cozinhamos e depois
comemos o valor da sua carne?
Pajé:
Não! -, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de
couro... Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
Narradora O guerreiro e a jovem fizeram o que
lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... A águia e o falcão tentaram voar,
mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se
entre si, bicando-se.
Pajé: Jamais esqueçam o que estão vendo...
Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem
amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como
também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se
Se quiserem que o amor entre vocês
perdure..."Voem juntos... mas jamais amarrados".
Fim
AGUARDEM AS FOTOS DE TODO ESSE MARAVILHOSO E RICO TRABALHO
Ivone Gonçalves