sexta-feira, 20 de abril de 2012

A gratidão



Anjos da escola 
Estava eu desesperada com um cenário há montar, ajudar duas turmas a se vestir de índias e índios, maquiagens, som, organização e tudo mais, quando de repente começaram a aparecer os anjos da escola. 
Pode parecer tolice, mas esses anjos existem mesmo, diferentemente de tirar ou não boas notas, de ter ou não bom comportamento, conforme as regras de comportamento que a escola determina, eles estão lá se predispondo a ajudar. 
Alguns fogem das aulas convencionais com desculpas esfarrapadas para simplesmente dar-lhe uma mão, e comigo não foi diferente. Inicialmente já havia solicitado ajuda de duas, que no dia anterior, praticamente fizeram todo cenário. 
No dia do evento intitulado O Índio, esses anjos trabalharam duramente. No começo do evento eram três, no final do evento quatro. 
Esta ultima que me chamou atenção pela maneira que se apresentou ao trabalho. Chegou sorrateira, de mansinho, no meio daquele alvoroço que estava para vestir e maquiar todas as alunas, entrou na sala ,e ficou encostada na parede. 
Eu há vi, e sem perguntar nada a ninguém, sem nem se quer pedir autorização, minutos depois, estava com a mão na massa. 
Todas trabalharam muito para o sucesso do evento, no som, produção e assistência de palco antes durante e depois do evento. 
Quero expressar minha enorme gratidão, pois sem esses anjos nada teria acontecido, era simplesmente impossível no tumulto do dia a dia da escola, sem local adequado, com todo mundo atribulado com seu dia a dia, realizar duas pecas teatrais com cenário e figurino. 
Esses anjos são convocados por algo chamado solidariedade que existe dentro de todos nos, basta nos colocarmos a disposição para ajudar a quem precisa. 
E na escola falamos em solidariedade, valores e tudo mais. 
Nestes eventos, que percebemos o quanto estamos praticando e sendo testemunho do que pregamos. 
Se formos solidários ao professor que desesperadamente pede ajuda, se continuamos isolados em nosso mundo não querendo mudar absolutamente nada. 
A GRATIDÃO AINDA E UMA PALAVRA PEQUENA PARA EXPRESSAR O QUE SINTO NESTE MOMENTO. 


Ivone Goncalves     







sábado, 7 de abril de 2012

ESTREIA ... A MULHER QUE SE CASOU IAUARETÊ



O índio



Eu sou Kaka Werá Jecupé.

Kaka é um apelido, um escudo. De acordo com a nossa tradição, uma palavra pode proteger ou destruir uma pessoa: o poder de uma palavra na boca é o mesmo de uma flecha no arco, de modo que às vezes usamos apelidos como patuás.
Werá Jecupé é o meu tom, ou seja, meu espírito nomeado. De acordo com esse nome, meu espírito veio do leste, fazendo um movimento para o sul, entoando assim um som, uma dança, um gesto do espírito para a matéria, que nos apresenta ao mundo como uma assinatura. Essa assinatura, registrada na alma, me faz algo como neto do Trovão, bisneto de Tupã. É dessa maneira que somos nomeados, para que não se perca a qualidade da Natureza de que descendemos

                                                 A Terra dos mil povos

Introdução


A pedagogia ecológica pretende  sensibilizar o homem para o fato de que não há fronteiras reais entre sua natureza e a do universo. É a mesma energia em formas distintas.
Quando a humanidade se der conta desse fato, ela se empenhará na preservação do meio ambiente. Pois perceberá que, se não o fizer, estará matando os próprios descendentes, meninos e meninas que não suportarão a atmosfera poluída, rios e lagos oceanos mortos.

A arte de viver em paz – Pierre Weil

Neste contexto e buscando um resgate do respeito ao meio ambiente e mais profundamente, ampliar seu olhar sobre o universo das formas, nasceu o  projeto O INDIO, pois, povos indígenas  têm uma visão diferente sobre as relações de interdependência entre os seres vivos, a preservação e auto-sustentação, trazendo isso para a sala de aula facilita na ampliação do sistema de percepção do mundo em que o aluno esta inserido,  e ousando ainda mais, pretende-se, além de perceber a inter-relação dos seres vivos, agirem com princípios dentro dessa percepção, mudando seu modo de agir sobre este mundo.
As tradições indígenas auxiliam, pois, o índio naturalmente nos traz esse conhecimento,
O projeto O INDIO  mostra a graça  do legado desses povos através de fabulas e lendas transformadas em peças teatrais.
Faz-se necessário, em todas as disciplinas, uma inserção de novos conceitos baseados numa cultura de paz na escola, no resgate da relação do aluno com seu meio, e  com a sociedade, onde a violência tomou conta do principio da comunicação tornando-a primitiva e quase obsoleta.
Nos temas transversais  Pluralidade Cultural  também sugerem que usemos as tradições indígenas assim como as diversas etnias justamente para diminuir o preconceito resgatando o ser humano para uma cultura de paz.

Nesse sentido, a escola deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço público permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentes. O trabalho com Pluralidade Cultural se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura da Paz”, baseada na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de cidadania compartilhada por todos os brasileiros. O aprendizado não ocorrerá por discursos, e sim num cotidiano em que uns não sejam “mais diferentes” do que os outros.

 Trechos dos Parâmetros curriculares nacionais.
Secretaria de Educação Fundamental


objetivos:


  • Aumentar a percepção sobre os povos indígenas.
  • Compreender a inter-relação em todos os seres vivos.
  • Resgatar  de respeito à natureza e tudo que ali vive.
  • Ampliar a socialização e harmonização e organização do grupo.


Programação:


Local: E.E. MARIA HELENA DUARTE CAETANO
DIA: 18/04  às 16h


 Leitura: Declaração Solene dos povos Indígenas do Mundo

 Aluna: Leticia do 6 ano turma B


 Peça : A MULHER QUE SE CASOU IAUARETÊ- alunos da 6° ano turma B

Elenco:
  • Narração: Larissa
  • Iauaretê: Jardel
  • Kamakuã: Jenefher
  • Pajé: Karina
  • Tupã: Herdyley
  • Tribo: Karlos, Wender, Matheus, Gabriela, Bianca e Vitória,

Assistente de palco: Herdyley
Direção: Larissa.
Direção Geral prof.ª Ivone Gonçalves

músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000

 Extraído do livro: AS FABULOSAS FÁBULAS DE IAURETÊ.
 De Kaká Werá jacupé.



 Peça : LENDAS INDÍGENAS DOS SIOUX - alunos do 6° ano turma A

Elenco:
Narração: Eloiza
Touro Bravo: Maxsuel
Nuvem azul: Estefany
Pajé: Carlos
Águia: Jean
Falcão: Wisley
Tribo: Larissa, Hellen, Aparecido, Gabriele, kleverson e Lucas.

Assitente de palco: Soany e Grazielen.
Direção:Eloisa
Direção Geral : Prof. Ivone Gonçalves

músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000


Declaração Solene dos povos Indígenas do Mundo




Nós, povos indígenas do mundo, unidos numa grande assembléia dos homens sábios, declaramos a todas as nações:

Quando a Terra – Mãe era nosso alimento,
quando a noite escura formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando todos éramos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos eram grandes líderes,
aí outras civilizações chegaram!

Com fome de sangue, de ouro, de terra e de todas as suas riquezas,trazendo numa mão a cruz e na outra a espada,sem conhecer ou querer aprender os costumes de nossos povos,nos classificam abaixo dos animais, roubaram nossas terrastransformando em escravos os “Filhos do Sol”.Entretanto, não puderam nos eliminar!
nem nos fazer esquecer o que somos,porque somos a cultura da terra e do céu,somos de uma ascendência milenar e somos milhões, mesmo que nosso Universo inteiro seja destruído.

NÓS VIVEREMOS POR MAIS TEMPO QUE O IMPÉRIO DA MORTE!

Port Alveni, 1945 Conselho Mundial dos Povos Indígenas.





A peça :A mulher que se casou com IAUARETÊ


Elenco:
  • Narradora: Larissa
  • Iauaretê: Jardel
  • Kamakuã: Jenefher
  • Pajé: Karina
  • Tupã: Herdyley
  • Tribo: Karlos,Wender, Matheus, Gabriela, Bianca e Votória


Assistente de palco: Herdyley
Direção: Larissa.
Direção Geral prof.ª Ivone Gonçalves


músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000

 Extraído do livro: AS FABULOSAS FÁBULAS DE IAURETÊ.
 De Kaká Werá jacupé.

            A mulher que se casou com IAUARETÊ


Narrador: Não sei se vocês sabem, mas nas aldeias indígenas costuma-se fazer festas e celebrações para honrar os animais. Cada aldeia possui o seu animal-totem, que são aqueles reverenciados e se tornam espíritos protetores do povo.
Pois bem, na aldeia KAMAIUIARÁ DAS ÁGUAS CLARAS DA LAGOA DO MORENÁ, toda lua cheia se faz uma grande festa para a onça. É uma festa com muita dança, muitos frutos e muitos peixes!Todos cantam até quase o amanhecer.
( musica de índio ).
É uma festa tão boa que a onça-rei, IAUARETÊ, fica de butuca, bem longe, olhando e admirando, toda vez que a lua aparece com seu esplendor dourado da noite.
Um dia, ele quis participar da festa e pediu a TUPÃ.

IAUARETÊ: ó grandioso TUPÃ quero ser um  guerreiro da tribo.

TUPÃ: posso realizar seu desejo, mas com uma condição.
Você será gente somente de noite e de dia volta a ser onça e uma vez transformado não pode se destransformar.

Narrador: Foi assim que a onça-rei começou a dançar junto ao povo da tribo, toda pintada de si mesmo, nas noites de lua cheia.
Mas uma coisa que a onça-rei não contava é que a lua cheia é a lua do amor, e aconteceu o que parecia não acontecer. A onça de apaixonou por uma índia muito linda durante a festa. E para complicar mais a coisa, a índia se apaixonou pela onça.

IAUARETÊ:  Como você se chama?

KAMAKUÃ:   KAMAKUÃ. E VOCÊ?

IAUARETÊ:  IAUARETÊ. Onça–rei.

KAMAKUÃ:   Ah, ta bom! Nesta festa todos são onças.
Vai, me diga seu nome.

IAUARETÊ:  É...bom... Pode me chamar de pintado.

KAMAKUÃ:   De qual aldeia você veio?

IAUARETÊ:  Lá do alto da montanha, sou vizinho da  ANTA.

KAMAKUÃ:   Eu não conheço este lugar.

Narrador: Bom, conversa vai conversa vem, o fato é que a onça-rei não conseguiu convencer a moça de quem ele era. E, como ele também estava muito apaixonado, acabaram namorando.
E foram namorando, namorando...
Toda lua cheia ele aparecia. Ma Kamakuã começou a ficar irritada de certos hábitos de seu namorado. Por exemplo, toda vez que a madrugada ia embora, ele sai floresta a dentro e sumia.
Até que uma vez teve uma idéia: enquanto a onça-rei dormia amarrou os pés do namorado no mastro da oca. Quando amanheceu, ele tentou sair de mansinho e se viu preso. Tentou correr e não conseguiu, foi ficando afobado e começou a roer a corda.

KAMAKUÃ:   Então era isso!

IAUARETÊ:  Eu te avisei

KAMAKUÃ:   Eu te amo mesmo assim.

IAUARETÊ   Eu também te amo.

KAMAKUÃ:   E se a gente falasse com o PAJÉ?


IAUARETÊ: Pajé eu quero me transformar em humano definitivamente

Pajé: Não é possível – Magia de Tupã é a maior que magia de pajé

KAMAKUÃ:   Então me faça virar onça.
Pajé: Que assim seja

Narrador: E eles se casaram, passaram algum tempo. Kamakuã procura o Pajé toda triste.

KAMAKUÃ:  Pajé ele não gosta mais de mim!

Pajé: Ele gosta de você.

KAMAKUÃ:  Não gosta

Pajé: Gosta

KAMAKUÃ:  Como assim?


Pajé:  Ele gosta de kamakuã, mas, quando você deixou de ser você para querer ser ele, tudo mudou.

KAMAKUÃ:  Mas eu faço tudo o que ele quer. Eu como carne de caça, embora, na verdade gosto mesmo de peixe e frutas. Saio pra passear de noite, embora goste mesmo de passear de dia. E também...

Pajé:  Ta vendo? Quando você  se contraria e faz coisas que não são da sua natureza você deixa de se amar. Quando você deixa de se amar, você fica insegura. Amar minha filha, inclui cada um respeitar a natureza do outro. Volte a ser você mesma e verá o que acontece.


Narrador: Logo Kamakuã voltou a ser Kamakuã, veio a noite de lua cheia. Houve uma festa e os dois dançaram muito! A ONÇA-REI tinha um brilho diferente nos olhos quando olhava pra ela.
Naquele dia, quando amanheceu.


KAMAKUÃ:  sorriu quando ele se retirou pelo verde orvalho da floresta, ele foi caçar e ela fazer biju com farinha de mandioca.

Narrador: De noite fez uma surpresa para ela  tinha caçado peixe ao invés de carne.

E SABEM DE UMA COISA? PARECE QUE EM BREVE VAI NASCER UMA ONCINHA COM CARA DE GENTE OU UMA PESSOA COM CARA DE ONÇA. NÃO DÁ PARA DIZER AINDA.


FIM


 

Peça: Lenda dos índios Sioux

Elenco:
Narração: Eloiza
Touro Bravo: Maxsuel
Nuvem azul: Estefany
Pajé: Carlos
Águia: Jean
Falcão: Wisley
Tribo: Larissa, Hellen, Aparecido, Gabriele, kleverson e Lucas.

Assitente de palco: Soany e Grazielen.
Direção:Eloisa
Direção Geral : Prof. Ivone Gonçalves

músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000



Narradora:"Conta uma velha lenda, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.
Touro Bravo: Nós nos amamos... E vamos nos casar , e nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã...Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos...Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?
Pajé: Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... E trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia.                                                                    E tu, Touro Bravo  – deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada...

Narradora:No dia estabelecido, à frente da tenda do Pajé, os dois esperavam com as aves.
Touro Bravo  E agora o que faremos? – as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? 

Nuvem azul Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne?

 Pajé: Não! -, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
Narradora O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se.
Pajé: Jamais esqueçam o que estão vendo... Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se
Se quiserem que o amor entre vocês perdure..."Voem juntos... mas jamais amarrados".


Fim



 AGUARDEM AS FOTOS DE TODO ESSE MARAVILHOSO E RICO TRABALHO


 Ivone Gonçalves