terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A história de alguns...





Era uma vez uma pulga, não uma pulga comum, esta se dizia ser invisível, o que ela não sabia é que a própria era pra lá de visível, linda, loira, meiga, doce e também azeda quando irritada, séria, comprometida e compenetrada, um de seus mais bonitos talentos, trabalhadora incansável.
Na verdade, quero enaltecer o grande feito da pulga.
Esta, quando irritada,  transformava-se em uma pulga vermelha; nem ela mesma era capaz, neste momento, de se sentir invisível.
Em sua raiva soltava verdades ao vento, sua ira trazia consigo um caminho, uma visão sobre aspectos do cotidiano.
Era seu poder de pulga, pois, essa pulga que se sentia pequena e invisível como ela mesma se achava, nunca percebeu que, na verdade, era uma pulga maior que as outras pulgas, que suas ações repercutiam, trazendo muitas vezes a impressão de estar sendo perseguida. Apesar de que, toda pulga tem essa mania mesmo.
Então, um dia a pulga resolveu mudar sua vida, fez uma matricula em outro pulgueiro e pra lá está indo, mesmo que insegura, observadora e um pouco temerosa, mas indo se aventurar  em outro pulgueiro .
A nossa pulga anda percebendo que não é nada invisível, ao contrário, é querida, respeitada e amada por esse pulgueiro que ela nunca se achou pertencer.




Todos sabem que não existe nada isolado, portanto, não há pulgueiro sem ecossistema.
E não há um ecossistema sem haver coisas que  não vistas pelos humanos,  ou presas apenas na dimensão do físico, portanto, quero também enaltecer um anjo do nosso ecossistema. Este mesmo ecossistema em que viviam  as pulgas.
Este anjo, como todo bom anjo, tem seus lindos olhos azuis, dedicado, fiel, carinhoso, meigo, calmo.Estes são aspectos da personalidade deste anjo.
Cuidava daquilo que quase ninguém percebe no ecossistema, preocupados todos com situações cotidianas de suas vidas e,  graças ao bom Deus, neste ecossistema tinha um anjo que aprendeu desde cedo que a vida não é feita de situações cotidianas e sim de algo que precede toda situação, algo que alguns esquecem e por isso vivem suas vidas estressadas ou deprimidas, não sentindo a verdadeira razão de estar neste mundo.
O anjo de olho azul cuidava exatamente disso neste ecossistema, cuidava do amor de todos, alimentava cada um quando lá chegava com atenção, carinho, sorriso e simpatia. Assim o ecossistema sobrevive às vicissitudes da vida.
O anjo cuida sem nunca reclamar, sem muitos nem perceber.
O cuidado amoroso à lembrança do amor faz o ecossistema brilhar,mesmo que no escuro físico.
Nosso anjo também tem que partir, cuidar de outros ecossistemas, outros precisam ser cuidados, assim como nós.
A variedade do ecossistema está principalmente na composição de seus membros, com suas personalidades, seus aspectos construtivos, que ajudam o ecossistema a manter um equilíbrio da vida.


Os anjos atuam fortemente para que esse equilíbrio ocorra, mas além dos anjos temos também outros seres como os do sistema do grupo dos Brameloucos. É um ser totalmente diferente de todos que ali vivem, tem força, garra e sua indignação todos conhece bem, seria capaz de carregar o ecossistema nas costas, mas se limita a apenas viver ali, colaborar da melhor maneira.
Os brameloucos são muito engraçados, ajudam muito no equilíbrio do grupo, pois atuam com força, com verdade, sem abandonar ou se fazer de morto como em alguns casos.
Os brameloucos são conhecidos por suas garras, sua destreza, sua incansável vontade de ajudar o grupo e  de fazer todos crescerem, sofrem muitas vezes, pois têm que viver encolhidos  do seu real tamanho para conviver com o grupo sem machucar ninguém.
São sempre chamados  à frente dos grupos  para desenvolverem sua liderança, assim conseguem usar sua força e destreza com mais tranqüilidade.
Neste ecossistema, os brameloucos também estão partindo, caminhando para outro ecossistema, levando sua garra, coragem e dinamismo.

E agora , finalizando, temos outro ser deste ecossistema  que ,devido a sua  diversidade,  é de difícil descrição.
Um ser único em sua natureza e sem denominação.
Um ser que penso estar mais próximo dos anjos, devido a sua delicadeza e atitude.
Amoroso, delicado, fiel, amigo, carinhoso, sereno, sutil, são algumas de suas características.
Este ser tinha um sonho o de ir para um lugar chamado Passargada , que era para ele  o paraíso, onde decerto somente lá haveria outros como ele, pois neste ecossistema só tínhamos um de sua espécie.
Sempre quando podia recitava versos como uma oração, pedindo para que logo fosse a Passargada. Dizia ele que lá ele era amigo do rei.
Neste ano especial,todos esses seres, por motivos diversos, estão saindo deste ecossistema, deixando saudade, amor e amizade.
Nós,que ficamos aqui preservando o ecossistema, despedimo-nos com um singelo tchau, porque adeus jamais daremos, pois  todos  estão estampados como tatuagem em nossos corações e do coração ninguém vai embora.

Gratidão é uma palavra pequena, comparada à imensidão de uma amizade.






Grupo de professores do Ecossistema Maria Helena. (cota 200)
Dezembro 2011
Autora Ivone Gonçalves.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O trem da escola



Na estação, os alunos, um a um esperam seu trem.
Embora o trem seja o mesmo, cada aluno o espera separadamente na sua estação, às vezes, coincide de na mesma estação ter mais de um aluno, mas cada aluno tem sua própria estação e maneira de esperar seu trem, alguns distraídos, outros bravos, outros alegres. Cada um do seu jeito.
Lá vem o trem, buzinado avisando sua chegada, sua buzina é estridente, ensurdecedora,  foi criada em épocas de guerra e também servia para avisar bombardeios. Embora hoje não exista nem este modelo de guerra, a buzina chamada de sinal, esta lá, tocando sem que ninguém perceba que não existe mais guerra e que o modelo de buzina esta ultrapassado para o trem.
Cada vagão tem um tempo para ficar na estação.
O trem não é lá muito bonito, meio sem cor e sem alegria, também existe pressa do trem e certa grosseria na forma de se relacionar.
Primeiro vagão, Língua Portuguesa, este vagão é o mais longo e mais pesado, pois nele tem redação, ortografia, e todo peso de ensinar a escrever e ler, nem sempre na mesma ordem.
O Trem para, o aluno avança um passo, e a porta do trem abre, imediatamente vem uma professora e joga nele um monte de papéis, livros, atividades diversas, o aluno já sabe, tem que pegar todas as atividades, todos os livros, o mais rápido possível , pois o trem não espera e o outro vagão se aproxima imediatamente.
Os alunos desesperadamente catam alguns papéis e livros outros caem e ficam na estação, tem alunos teimosos que não pegam nada , tem aluno que não sabe como pegar , pois ninguém - lhe ensinou isso.
Todos em sua forma particular estão lá para pegar o que vem do trem.
Chegou Matemática! Outro vagão, bem pesado, sem livros, porém cheio de cálculos e mesmo estando no século XXI, não se pode usar a calculadora e tem que usar o mesmo método de cálculo de quem o inventou, sem mudar ou modificar nada.
Jogam as folhas, atividades e exercícios, os alunos já com os braços cheios da Língua Portuguesa tentam pegar, alguns conseguem e outros como sempre deixam quase tudo cair.
E chega o novo vagão, o tempo de espera na estação de Matemática e Língua portuguesa é o mesmo independente do aluno, pois isso não tem nada haver com o tempo de cada um.
Chegou o vagão das áreas chamadas específicas, são elas: Geografia,  Historia, Ciências e Biologia, Filosofia, Sociologia, Inglês, Artes, Química, Física e Educação física.
Cada uma fica igualmente o mesmo tempo na estação, porém, o peso difere, e tem menos atividades e livros, mesmo assim, uma a uma joga na estação sobre o aluno, suas atividades e exercícios, cada uma com seu sistema e jeito.
Mais um vagão se apresenta, e mais atividades, mais papéis e papéis, que infinitamente chegam aos montes, muitos saberes e fórmulas.
Química não perdoa, tem que pegar tudo, pois o professor exige.
O vagão mais esperado sem dúvida nenhuma é o de educação física, também pudera, não tem papéis.
Neste momento, o aluno pode jogar bola, conversar livremente com outros alunos, ir ao banheiro, beber água, andar um pouco pela estação, enfim, se locomover sem ficar dando tanta satisfação.
E assim, todos os dias o trem passa, num total de 200 dias, chamados de letivos.
Ultimo vagão! O conselho de classe série, um vagão muito  temido.
Abre a porta, os alunos um a um estão na estação, e esperam ansiosos.
Todas as disciplinas estão juntas neste último vagão.
 E todos olham para os alunos um a um.
Cada aluno apresenta o que conseguiu pegar, o conselho é fatal.
Um julgamento.
Não pensem que o conselho avaliada a capacidade do aluno pegar papéis, não ...
O conselho avalia os papéis que ficaram no chão, aqueles que ele não catou...
Não importa o que aconteça, não importa o quanto foi difícil ficar 200 dias catando papéis.
Não importa como foi seu dia, mês ou ano.
O que importa?
OS PAPÉIS QUE FICARAM PELO CHÃO, OS QUE NÃO CONSEGUIU PEGAR!

O Trem chamado escola.

Ivone Gonçalves







segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

3° ENCONTRO DA CONSCIÊNCIA ÍNDIGO





3º Encontro da Consciência Índigo

Compareça e passe um dia maravilhoso

com quem vê e sente o mundo como você.


Dia 08 de Janeiro às 9h

Local: Parque do Ibirapuera - São Paulo - Capital
Av. Pedro Alvares  Cabral - Moema
(Ponto de Encontro: A OCA)