terça-feira, 18 de maio de 2010
COMUNICAÇÃO X LINGUAGEM
Vocês já tentaram ir a um determinado país se comunicar sem tentar aprender de maneira alguma a linguagem local? Já imaginaram ir em uma tribo de índios Kaíapos e tentar fazê-los entender você, sem você entendê-los (aceitá-los)?
Pois é, na escola somos assim falamos nossa “linguagem” e não nos comunicamos. Nossa “linguagem” não tem palavrão, gíria, nenhuma forma que o aluno normalmente utiliza, ela é a correta. O aluno que está do outro lado da linha tem uma comunicação perfeita para sua localidade e amizade. Um exemplo, às vezes o aluno diz assim: “Professor, eu me chamo Francisco, mas prefiro que me chame de Igor gosto mais” . O professor, imediatamente, o chama de Francisco que é seu verdadeiro nome “linguagem”.
Comunicar é ir além sempre. Abrir-se para o outro. É aceitar as várias formas que ela se apresenta. Fico mesmo indignada de ver quanto tempo gasto em livros e cursos e não consigo uma única coisa: comunicar.
O que importa a forma que esta comunicação se apresenta, pois ela é a essência do contato. Como podemos ensinar alguém fechado em nossos valores e verdades? O que é errado/certo nesta questão comunicação x linguagem? Repito, o que importa é a forma que ela se apresenta!
Na sala dos professores está o altar dos preconceitos. A maioria está sempre estressada pela forma que os alunos falam, ou pela forma que os alunos se dirigem a eles com seus jeitos. Eu como sou desbocada, “louca”, fico lá repetindo estas formas linguísticas dos alunos, porque afinal estou aprendendo.
Eu não me importo a bagagem sócio/cultural do aluno, porque não tenho a pretensão de concertar pessoas. Tenho a intenção simples de me comunicar afetivamente, abrindo um espaço interno entre eles e eu, até estabelecermos vínculo afetivo. E aí somos professor e aprendizes, simultâneamente. Hora sou professor, hora sou aprendiz.
Texto extraído do livro Dimensão da Comunicação
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